segunda-feira, 1 de março de 2004

Livros e Amizades


A propósito de livros e amizades, acho que deviamos insistir mais na partilha e discussão de grandes temas e, porque não, continuar pelos livros (uma vez que já se começou pelo blog).
Umas tertúlias não apenas virtuais, já que as bocks fazem sempre falta e são ótimos moderadores de conversa e, portanto, potenciadores da reflexão, já que enquanto bebes não falas, nem sequer podes falar com a boca cheia se for bebida!

Eu aceito o desafio do próprio Blog: fazer a sequela do Estrume! Vamos preparar algo verdadeiramente clandestino mas inteligentemente clandestino, não reaccionário pela revolta mas pela mudança creativa e sempre crítica.

Eu quero massificar a crítica e não fazer parte de um grupo restrito de críticos:
"Seguindo as ideias do falecido etnólogo Michel de Certeau, preferimos concentrar a nossa atenção no uso independente dos produtos culturais de massas, um uso que [...] pode não «derrubar o sistema», mas que nos mantêm intactos e autónomos no interior desse sistema; isso pode ser o melhor a que podemos aspirar. [...] Ir à Disneylândia para atirar ácido ao Mickey e ridicularizá-lo não é revolucionário; ir à Disneylândia em plena consciência de que tudo aquilo é ridículo e nocivo e, mesmo assim, divertir-se de uma forma inocente, de maneira quase incosnciênte e psicótica, é algo completamente diferente. É isso que De Certeau descreve como a «arte de estar no meio» e este é o único caminho para a verdadeira liberdade cultural actual. Fiquemos, então, no meio. Adoremos o Baywatch, o Joe Camel, a revista Wired e até os livros resplandecentes sobre a sociedade do espectáculo, mas não sucumbamos à atracção glamourosa destas coisas."

in No Logo de Naomi Klein.