quinta-feira, 28 de outubro de 2004

ALGO ESTÁ MAL NO REINO DE PORTUGAL

se não vejam o seguinte comentário publicado no "Público" de hoje:

http://jornal.publico.pt/2004/10/28/sotexto/EspacoPublico/OEDIT.html

Sinto-me na obrigação de fazer qualquer coisa. Sei lá... fazer explodir uma bomba de merda no centro das principais cidades do país, de tal forma que fique escrito no chão com letras fedorentas:

ACORDAI PORTUGUESES!

sábado, 23 de outubro de 2004

O simples prazer de deitar conversa fora

Há prazeres simples que nos dão satisfações simples. Não quero nem vou tentar descrevê-los ou enumerá-los... são muitos.

Mas um é, definitivamente, mandar conversa fora com os amigos.

Assim... fora... já está!
Será necessário mais?

Para mim chega, pelo menos para hoje.

sexta-feira, 22 de outubro de 2004

Medo

Tenho medo de não estar suficientemente viva para poder morrer em paz.
Tenho medo que o mundo seja mesmo tão mau como me mostram.
Tenho medo que o ar deixe de vibrar na minha garganta e que as minhas palavras se percam em preconceitos inúteis.
Tenho medo que o teclado do meu computador deixe de existir e eu me limite a poder usar o rato.
Tenho medo que se construa uma máquina que absorva gritos e que seque lágrimas.
Tenho medo de perder as forças no dia em que decidir mudar o curso dos rios.
Tenho medo que um dedo baste para que se cortem muitos outros.
Tenho medo que roubem a Lua e que ponham um olho gigante no seu lugar.
Tenho medo de acordar um dia sem sentir medo...

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

[5] Os preparativos

O careca-filho-da-mãe leva as lanternas – dizem que não é preciso, as cavernas têm luz eléctrica. – Então vamos todos morrer antes de reclamarmos a invenção da coca-cola. Quem nos mandou a este buraco, general? – Foi o homem da porta 24, aquele das laranjas e da mala misteriosa.
- O Homem da porta 24 falou-nos de uma hipótese remota de sairmos ilesos dos túneis. Houve um dia em que a montanha, pela primeira vez, arrotou um homem. Na verdade já lá esteve um tal de Mr. Lizardball e o sujeito não é nenhum super herói. Pelos vistos, lá dentro, não podemos correr muito e o que temos de fazer é...
- Sim?
- É simplesmente seguir as migalhas e, às apalpadelas lá descobrir que o nosso lugar não é aquele.
- Só isso? E não o trouxeram? Queremos que o sr. Lizardball nos acompanhe, eu não vou entrar ali sem ele.
- Não te preocupes. O gajo estará a observar-nos, está a observar-nos neste preciso momento... e talvez nos dê mais algumas dicas. – Como? – Perguntou a Catarina. – Não adianta explicar-te agora... tu nem sabes o que é um blog...

Do caos e dos coabitantes

Como reza a profecia: quando os heterónimos apareceram a dúvida e o mistério se instalaram. A partir daí a discussão perdeu os limites impostos por qualquer pseudo-Mahoma que alguém criou mas que ninguém conhece embora se lhe confira um certo nível de autoridade e legitimidade para a exercer.

O anonimato é perfeito mas delicado enquanto fascinante, permite o exercício de todas as liberdades mesmo as não permitidas. A delicadeza reside na impossibilidade da imputação de culpas e desculpas enquanto o fascino reside na mesma impossibilidade acrescentando a pitada de condimento (por vezes em quantidade e outras vezes até demais) que anima a própria discussão. Óptimo! Que saboroso que é!


Mas que fazer quando os ideais se confrontam?


Poderemos continuar na ânsia da discussão altiva, intelectual, alomórfica, sem, no entanto, optar definitivamente pelo anonimato ou não?

Poderá a liberdade dos identificados prevalecer coabitando com os não-identificados?

Poderão os primeiros e segundos continuar no caminho do mesmo ideal sendo uns coagidos a limites de mundos terceiros e os segundos coagidos apenas ao carácter deles mesmos?

Será viável aceitar que esta coabitação seja saudável permitindo que, em última análise, os segundos (controlados por ninguém senão eles mesmos) tenham o poder de afectar directamente e com efeitos menos positivos a identidade identificada dos primeiros? Mesmo ao ponto de extravasarem as fronteiras da virtualidade e invadirem mundos terceiros, inclusive, o real?

Há muito que faço o esforço e ceder à tentação do heterónimo sem, no entanto, ter sido crítico quanto ao uso dessa ardilosa ferramenta por outros coabitantes. Acho que a coragem reside na identificação, na verdadeira afirmação sem medos e consciente da possibilidade de outros impactos (no aquém ou mesmo no além) porque, no fundo, assumo a liberdade de expressão bem como a responsabilidade dela.

Portanto, é no meu entender, chegada a altura de repensar visto que os universos cresceram de ambos os lados das perspectivas. Foram conquistados adeptos de para ambos os lados da barricada que se começa a formar. Tal como foram reconvertidos uns e outros de um e outro lado para outro e um lado. O caos evoluiu e é o caos que promove a evolução no seu círculo em constantes dualidade que o caracteriza, paradoxalmente, tanto como virtuoso com vicioso.


E vos coloco a final questão: Quando foi que nos perdemos?


Não perdemos, dizeis alguns de vós, então como foi que nos separámos?

Vejo que estamos todos no mesmo barco mas que alguns se dizem que não mais progredimos no mesmo sentido que inicialmente idealizámos. Será que esse ideal se encontra, por força de realidade e da evolução, desactualizado?


Exijo-vos uma resposta não por vocês, não por mim, mas por uma sequela que, se existiu, não me parece que exista agora.

Porque ou estrume é merda ou estrume é bosta. E se o conteúdo vos parece o mesmo (e é!) não o é a forma! E, na forma, está o maior dos segredos sem (nunca, jamais, em tempo algum) esquecer o conteúdo: caca.

Bem hajam,

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

terça-feira, 12 de outubro de 2004

Cocei o nariz e nasci!

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Mamã, porque é que o Porco dos Túneis fica sempre em primeiro lugar????

Até no nosso blog já há tachos? Quem é o teu loby El Nojo? Quem é ? Quem é? Quantos são?

O princípio do contraditório

Não está aqui em causa a defesa dos comentários que Marcelo faz. O que está em causa é, como dizia Voltaire, o direito dele fazer esses comentários.
Isso é o que tu dizes.

Só com muito descaramento o governo se lembrou agora de criticar o formato dos seus comentários.
Descarado és tu, pá.

Marcelo é um dos militantes mais antigos do PSD.
PPD/PSD, vê lá se aprendes. És mesmo parvalhão.

Foi presidente deste partido. Está bem abelha Faz estes comentários assim há quatro anos e meio sem nunca o PSD se ter queixado.
És um caixa d'óculos.

Ajudou à festa do fim do guterrismo.
Caixa d'óculos! Caixa d'óculos!

Levou o barrosismo ao colo, justificando as incompetências do anterior governo com "problemas de comunicação".
Não tou-te a ouvir! Tou a tapar os ouvidos! La-la-la-lalala!

Só agora, quando o santanismo não leva ainda três meses, é que o PSD descobriu os problemas com a falta de contraditório e a extensão dos comentários dominicais.
Olha! Olha! Tens macacos na nariz. Seu ranhoso, vai-te assoar!

E, para todos os efeitos, provocou o seu fim.
Cuecas às bolinhas! Mijas na cama!

À Media Capital só podem pedir responsabilidades os accionistas e a Alta-autoridade para a Comunicação Social.
Não és filho dos teus pais, piolhoso! A tua mãe encontrou-te no lixo!

Ao governo temos de pedir nós.
Cócó frito! Lombriga assada! Nhã nhã nhã!

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

LIBERDADE DE EXPRESSÃO? SIM, MAS SE EU QUISER...

Sinto-me orgulhosa do nosso governo!
Parabéns Sr. Santana, ou Lopes como desejar. Conseguiu fazer um trabalho estupendo... o insurrecto do Marcelo Rebelo de Sousa já há tempo que andava a produzir pruridos na consciência dos portugueses. E ai de nós alimentar esse tipo de sarna... um perigo! Nós quero-mo-los é sosegadinhos e burrinhos. Felizes com "Quintas das Celebridades" e cª. Ó Sr. Primeiro ministro, já ponderou a possibilidade de participar na próxima edição do Big Brother? Isso é que era...o seu índice de popularidade subia logo! Talvez conseguisse igualar o da sua Ex e o das suas ricas filhas!
Bom, mas voltando ao que interessa. Muito obrigada por manter este nível são de discussão pública, nem muito nem pouco... o melhor é nada! Eu se estivesse no seu lugar, não ficava descansado com esse tal Marcelo... eu era mas é de serviço de escutas para cima. Não vá ele ter uma recaída do tipo telefónico.... como o desgraçado do presidente da PJ. E um conselho... tenha cuidado com o Marques Mendes, parece-me a mim que ele também quer conversa...

Em suma, vou dormir muito mais descansada esta noite...

quarta-feira, 6 de outubro de 2004

O porco dos túneis

Há o porco dos túneis da montanha, uma besta infernal com dentes de javali ensanguentados, focinho esguio e javardo de uma criatura que acabou de se deliciar com o último forasteiro que se aventurou pelos ditos túneis. Indo em grupos ou sozinhos, todos sucumbem às presas infernais e implacáveis do monstro porco. Não entrem aí, dizem os velhos do fundo da encosta, a montanha está protegida, fujam dela que vos come. O mais novo olha para eles; ainda na semana passada lá entrou um checheno com uma mala e uma mochila e desapareceu nas entranhas. No fim do festim a montanha não o devolveu, apenas arrotou três dentes de ouro.
O porco e a montanha guardam um segredo – as chamadas câmaras do vulcão. No fundo é um labirinto de túneis com um porco hediondo a guardá-los. Qual a razão da invasão de tantos forasteiros ao interior da montanha? É o seu intuito em descobrir o segredo das câmaras do vulcão. E porquê um porco? Bem, foi escolhido um destes porque não é esquisito com a sua dieta, come tudo, até as pedras se estas se mexerem. Só não gosta de ouro – foi assim concebido para não ser subornado.
Em suma: o segredo das câmaras do vulcão está lá inexpugnável... Se calhar nem está.

segunda-feira, 4 de outubro de 2004

VOLTEI

UFFFFF....
Desculpem a minha demora, é que andei a colocar uns professores aí por Cascos de Rolha. Mas o erro informático fez-me saltar a tampa da garrafa! Nem com rolhas nem com nada!, o diabo do computador está possuído! Agora decidiu jogar ao jogo das cadeiras... é óbvio que vão ganhar os professores de educação física!
Ainda bem que deram esta segunda feira de respiro, porque os desgraçados dos professores já andavam estafados de tanto correr à volta de tão desejados assentos. E os alunos então....uiiiiiii

Vou descansar, que tanta correria até a mim me deu a volta ao miolo, e não sou funcionária púbica, ups, pública.

sexta-feira, 1 de outubro de 2004

da insanidade ao sistema: bilhete ida e volta

é claro q a insanidade é uma perspectiva diferente sobre uma mesma acção à luz de uma cultura muito própria. Eu posso ser o maior anormal ao dizer "e no cuzinho, tb n?" quando estou com o presidente mas ser um gajo porreiro (doido mas porreiro) qd o digo ao zé.

por isso volto a dizer:
"Seguindo as ideias do falecido etnólogo Michel de Certeau, preferimos concentrar a nossa atenção no uso independente dos produtos culturais de massas, um uso que [...] pode não «derrubar o sistema», mas que nos mantêm intactos e autónomos no interior desse sistema; isso pode ser o melhor a que podemos aspirar. [...] Ir à Disneylândia para atirar ácido ao Mickey e ridicularizá-lo não é revolucionário; ir à Disneylândia em plena consciência de que tudo aquilo é ridículo e nocivo e, mesmo assim, divertir-se de uma forma inocente, de maneira quase incosnciênte e psicótica, é algo completamente diferente.É isso que De Certeau descreve como a «arte de estar no meio» e este é o único caminho para a verdadeira liberdade cultural actual. Fiquemos, então, no meio. Adoremos o Baywatch, o Joe Camel, a revista Wired e até os livros resplandecentes sobre a sociedade do espectáculo, mas não sucumbamos à atracção glamourosa destas coisas."

é verdade, eu quero manter-me no meio...
-é preciso é estar assim mas de uma maneira ilegante
...meio com diveros sentidos. Não quero ser radical, quero estar integrado...
-exacto
...mas ser independente. A cultura de estar no meio de tudo (informado, a par) e de estar no meio (no ambiente, integrado) e de ser do meio (não-extremismo).
É, como dizer, o cúmulo do do deselegantismo é, por si mesmo, ser elengante assim, não sendo revolucionários do sistema, demonstramos a perfeita estupidez do mesmo. Ao sermos loucos elegantemente ou normais deselegantemente, demonstramos que os loucos são os do sistema.

Esses sim, vivem afectados na contigências da conjectura situacional enquanto nós, com a mesma afectação, não lhe somos dependentes e procuramos destrui-la. Apenas demonstramos que não é preciso ser ovelha ou pastor para estar no rebanho, podemos ser cão e, melhor ainda, gato!

Por isso mesmo comprei um fato, elegante e normal mas n é o fato que me faz mas eu que me faço com o fato e, melhor, o que eu faço com o fato. E isso é um facto!!

Não é q seja contra o sistema, aliás, há muito que me agrada nele. Mas sou perfeitamente contra os que se dizem contra e não sabem apresentar alternativas. Disse um dia "não sei o que quero, apenas sei que não quero isto!" e responderam-me "és parvo!" e eu calei-me... a força e certeza do argumento inargumentável era dilacerante! Apercebi-me da estupidez do idiota que critica sem alternativa apenas dizendo "está mal!" e não fazendo a mínima ideia do que "está bem". Como é que alguém pode ter uma linha divisória de mal e bem tão bem definida apenas com a noção do mal? E, tendo apenas essa noção, como pode afirmar que não sabe o que está para além disso?

Só pode ser um tolo que não reflectiu o suficiente (ou não o quis!!!). Como é que provo que o sistema não funciona se opto por não o utilizar? Não é ridículo quando alguém diz "não funciona" sem sequer dizer porquê ou, pelo menos, testar? Que melhor argumento há que o facto?

Eu voto na revolução através do sistema e não contra ele.
Se o sistema não dá resposta para tudo, de que nos serve gritar na rua que não nos serve?
Se o sistema não dá resposta para tudo, não nos serve melhor proveito, demonstrar que não nos serve?
Se o sistema somos nós e se ele não nos serve mas ele cá continua... quem servirá o sistema?Nós?!!

Quem são os loucos, nós ou eles? Eu ou tu? Ou ou e?

Lúcido porque não tenho medo de garrafas vazias? Ou louco porque, sabendo que não tenho medo, actuo-o como se o tivesse?

E actuo para quem? Para mim? Para nós? Ou porque sou louco?

E quem me definiu loucura? Eu, tu ou eles?

É o sistema. Loucamente lúcido. Para o sistema. Foi o sistema.

É um sistema louco que nos chama a um louco sistema.