terça-feira, 13 de setembro de 2005

Oração Árabe sobre a amizade

Desejo a todos os inimigos dos meus amigos que:

"Que as pulgas de mil camelos infestem o meio das pernas da pessoa que pense em arruinar o seu dia, e que os braços sejam curtos demais para coçar!
Amém!"

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

[6] A família reciclante

O caso da família que consome e vive do lixo urbano não é novo, remonta talvez às primeiras grandes manifestações da sociedade capitalista. Não é de esperar encontrá-la em cidades pouco desenvolvidas. Este caso passa-se num subúrbio de Paris. Devido ao poder de compra desta sociedade e à facilidade de alheamento dos pequenos utilitários domésticos, verifica-se sistematicamente a coexistência de pessoas com esse lixo. Além de o reutilizarem, estas pessoas comem algum e requalificam o outro. Pode o leitor achar nauseabundo este procedimento mas a verdade é que o comum mortal da urbe desenvolvida deita fora diariamente alimentos ainda frescos. Outro garante bastante comum, talvez o mais importante, é o lixo resultante de superfícies comerciais como supermercados e hipermercados – nestes obtém-se grandes quantidades de frutas e legumes que não apresentando os limites mínimos de qualidade para estar numa prateleira, são ainda comestíveis bastando apenas remover a parte podre.

Maioritariamente, este procedimento é praticado por mendigos e pelos sem-abrigo mas existem também pessoas da classe média com emprego e ordenados razoáveis a praticar estes métodos. Fazem-no porque é economicamente aliciante, encaram-no como um desafio e uma postura moderna perante a sociedade. São estes últimos que pretendemos retratar mais tarde.