segunda-feira, 31 de maio de 2004

Hoje o Sol piscou-me o olho! Não estava à espera desse piropo, mas a verdade é que me exaltou de tal forma o ego que o espelho pela manhã se recusou a devolver-me o meu rosto. Deve tê-lo guardado para pintar um retrato cubista, com certeza; é uma mania antiga que se lhe ficou do antigo dono. E então sorri. Aliás, ri, ri a bandeiras despregadas, gargalhei até não poder mais. Bom, eu até podia mais, mas o vizinho de cima, batendo insistentemente com um pau de vassoura no chão, fez-me recordar que as seis da manhã não são boas horas para despregar bandeiras e muito menos para gargalhar.
Se me piscou o olho, pensei então já mais composta, das duas uma: ou algum vento solar lhe introduziu um neutrino em dito órgão, ou eu lhe despertei algum interesse. Fiquei-me generosa e humildemente pela segunda hipótese. E devo ter acertado, a ver pelo comportamento do espelho.
Isto tudo para dizer que hoje estou feliz. Ou melhor, que hoje sou capaz de ver que sou feliz. Sou feliz!

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