terça-feira, 13 de janeiro de 2004

Transcrevo de seguida o único recuerdo que mantenho daquele intessante projecto inovador que serviu de inspiração para esta nossa afirmative action , o ESTRUME. Não está datado de ano, só de mês e dia e portanto perdem-se-lhe as pegadas mas não faz mal porque estamos cá nós para retomar o tom.

"A prostituta é uma terapeuta e uma confissora. A sua actividade é tão profiláxica como o desporto, a psicoterapia, a confissão ou o exorcismo religiosos. A sua antiguidade comprova a sua necessidade e função primordiais, tanto na sociedade contemporânea como na de mais antiga idade. A diferença desta para a actividade física, a recuperação psíquica, o apoio religioso ou a libertação demoníaca é que a prática sexual com um/a prostituto/a (ou vários/as) produz um alívio mais rápido que o acompanhamento clínico ou a salvação eterna e é, sobretudo, o processo mais agradável para os seus clientes/pacientes/utentes. Se a prostituição fosse anti-social, o recurso a prostitutos e prostitutas estaria restringido a pessoas ou grupos sociais marginalizados e não afectaria personalidades políticas, entidades religiosas, autoridades públicas, desportistas, artistas, professores, agricultores, comerciantes, empregados de balcão, taxistas, camionistas, listas de pessoas de todas as actividades e hierarquias sociais. Mas porquê tanta ilegalidade em torno da prostituição? Talvez por corporativismo, compadrio ou restrições morais, mantendo discretas as idas e vindas até ao ESTRUME."(11 Abril)

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