sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Mistérios do passado

E se de repente o passado nos assaltasse e nos lavesse tudo, até o mesmo?
Saberíamos reconhecer-nos numa qualquer "line-up"?

Por exemplo
Quem eras e o que dizias? Conheces-te? Manténs?
O que eram as "garrafas vazias"? Ainda são?

E tu?
E tu?
Já agora...

7 comentários:

Hugo Pereira disse...

Isso sim seria a libertação! Acabavam-se as duvidas e questões existenciais intermináveis.
Tudo o que tivesse dito no passado seria mentira. E eu simplesmente seria. Como uma árvore que é e ninguém questiona porquê.

A garrafa e o copo nunca estiveram vazios. Mas com amorte do passado sim, depois de esvaziados, poderiam ser preenchidas pela eterna iluminação.

Anónimo disse...

Eu acho que não conseguiriamos reconhecer nada. Mais do que liberdade, eu acho que seria o desespero de não conhecer nada, nem ninguém, nem sequer sentimentos por quem quer que fosse.
Seria a amnésia pura. Deus me livre disso. Xila!

Anónimo disse...

As garrafas, tal como os copos, embora sejam mais as garrafas, estiveram, e vão estando, vazias.

E a grande libertação está em não ter medo disso. Aliás, em ter gosto nisso. Ainda que sejam a desculpa e o catalizador, não são o prazer nem o fim em si, apenas um instrumento que pontencia o efeito sinergético que se pretende.

Porque ao mesmo tempo que catalizam também moderam e o equilíbrio entre os dois é que faz o salto mágico aumentando drasticamente a profundidade do cunho que fica para a memória futura. Gerando assim, futuros sentimentos nostálgicos que, por sua vez, motivarão mais garrafas.

[quem não percebeu que levante o braço]

Ju disse...

eu? sou muito mais prosaica. nao sei se foi isso que perguntaste, nao sei o que perguntaste com o "e tu?" nao sei sequer se perguntavas por mim ou pelo flyer do estrume. sobre esse não sei nada. de qualquer forma eu, joana, ha muito tempo que hipnotizei o fascinio pelas letras e pela filosofia e pela inquietude revolucionária das palavras. hipnotizei até data incerta, se calhar até me reformar ou para sempre.

Ju disse...

ou seja, reconheço-me e a nós no que éramos como se me ocorressem imagens de um filme de miúdos líricos, à lá dead poets society. como se não tivéssemos sido o que nos trouxe até aqui hoje. hoje vejo-me como jovem adulta remediada a viver uma vida normal, parada ou em curso nos semáforos do sistema.

Hugo Pereira disse...

Deitemos garrafas pela janela, copos para a rua e pintemos o céu de violeta!
Tentar viver em segurança é perigoso...

pedragrega disse...

O ceu violeta... :D