sexta-feira, 22 de julho de 2005

Gestão da(s) expectativa(s)

Estamos reduzidos à gestão da(s) expectativa(s).

O que se espera de nós é que sejamos absolutamente nada para nos poderem acusar disso mesmo e, assim, não termos correspondido com as expectativas.

Paradoxal? sim, mas ainda fica pior!.

Estamos reduzidos à gestão da(s) expectativa(s) e nem nisso somos bons: escolhemos as piores expectativas para gerir e gerimo-las mal.

Esperam que sejamos isto e aquilo sem nunca nos darem condições para o ser e, portanto, poderem dizer que não merecemos as ditas condições porque, na verdade, não cumprimos com as expectativas. Colocando a irritante cereja do: "pois, já sabia que não chegavas lá!".

Se já sabem, então porque dizem que tinha "expectativas"! Quando o que tinham é expectativas de não atingirmos os objectivos, de sermos nada.

A conclusão não é simples e é-o ao mesmo tempo. É que afinal, nós cumprimos com as expectativas de ser nada porque são essas as condições que criaram para nós.
No entanto, só o é, porque nós optámos por gerir essas expectativas: as piores. Portanto, aí sim, estamos dependentes das condições que os outros criam para nós. E se não fosse assim? Como seria?

Aqueles que criam as suas próprias condições garantem o seu sucesso e são vistos como loucos ou privilegiados ou ambos! E acabam por ganhar um estatuto (seja qual for o lado para o qual tenda a perspectiva anterior) que os coloca fora de alcance ao comum dos mortais: ou por não querer ou por não poder (ser louco e ser privilegiado, respectivamente).

Em suma, é tudo uma fantochada, uns cumprem com as expectativas dos outros que, por usa vez, os acusam de nunca o terem feito: "ah e tal, eu quando tinha a tua idade também n tinha recursos e safei-me na mesma!"
Os outros queixam-se que não lhes dão as condições: "ah e tal, eu não tenho como é querem que faça? Não me digam que estão à espera que seja eu!"

Nota: Produto da pressão ao comentário, este texto evoluiu para o contra-senso cujo sumário é impossível na medida em que o autor se perdeu nele mesmo chegando aos >1000 caracteres: o limite castrador dos comentários não sucintos, logo, n produtivos enquanto (simples) comentário.

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