segunda-feira, 26 de julho de 2004

A primeira visita

O homem esperava sentado na soleira da porta 24 da rua principal, a algumas dezenas de metros da estação. Tinha ar de quem acabara de chegar de uma terra distante, aliás ao seu lado descansava uma grande mala de plástico preta, parada mas ainda detentora de alguma inércia da viagem. O homem vestia de preto, tinha porte robusto e evidentemente maduro. A sua roupa denunciava a sua condição de solitário viajante, implacável conhecedor do mundo presente e remoto, de quem vem certeiro, enfim implacável.
Comia laranjas e, pelo monte de cascas que tinha a seus pés, já devia ter devorado umas dez. O aroma dos citrinos que devorava já se fazia cheirar a dois quarteirões dali, o suficiente para...
- Ele já está cá! O Imediato chegou.– Informou Catarina que estava de plantão à janela do quinto andar de um prédio da rua principal. –Acabei de cheirar o sinal combinado.- Javier, Careca-filho-da-mãe! Faz o que tens a fazer. Pega no táxi e vai buscá-lo.

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