terça-feira, 17 de agosto de 2004

Pois assim surge o primeiro sinal!

Hmm, afinal um blog não liberta consciências e não desinibe as opiniões, mesmo que sejam de caca (palavra não-original).

Mesmo que ao início assim pareça, surge o momento em que a auto-crítica suplanta a hetero-crítica, antecipando-se e amplificando o efeito desta última que, pela antecipação da primeira, deixa de existir a segunda.

Ora isto assemelha-se muito ao popular paradigma do ovo e da galinha. Por um lado não me exponho porque acho que me vão interpretar mal, ou menos-bem, assim justifico a minha opção pela não-exposição como forma de evitar o conflito. Mas a maior fraqueza destas armas é, exactamente, terem uma culatra frágil. E isto revela-se um perigo, na grande maioria das vezes, maior que o simples não-uso da arma.

Se parece confuso é mesmo porque o é.

Ora vejamos o sofisma:
Estou a descoberto e não gosto!
Procuro uma defesa.
A melhor defesa é o ataque!
O ataque serve-se de armas (ferramentas, estratégias).
Logo, para evitar a exposição, uso uma arma.

Até aqui tudo bem, o busílis está na resposta a: que arma?
E a falácia está na resposta escolhida: uma arma que evita o conflito externo, transpondo-o para o pior local possível – o interior, a consciência.
O adversário que se debata na sua consciência está, à partida, em grande desvantagem e corre sérios riscos de ser vítima do seu próprio logro já que o seu adversário é ele mesmo! E nunca, jamais, em tempo algum, alguém que se digladie internamente poderá ser vencedor sem passar por ser vítima também. A questão que resta é: afinal qual prevalece?

Correndo o risco de ofender discriminadamente sem, no entanto ser essa a intenção, pergunto: porque será que me temem tanto a ponto de evitar o conflito com medo de ser vítima? Não será isso mesmo assinar a sua sentença de vítima mesmo antes que os outros o façam

Reforço que o que me faz reflectir não é censura em si, na medida da omissão de informação. Mas sim a justificação usada para recorrer a esse procedimento do lápis azul. Isso sim, atinge-me como um cacetada, não tão forte senão muito bem aplicada, em cheio!Porque razão me hão-de me privar do direito a escolher apenas pela simples argumentação de que não tenho o conhecimento técnico e, ou, científico o suficiente para poder escolher?E se é verdade?Vedam-me o direito à escolha apenas porque não sei?Porque não desenvolver esforços conjuntos para que eu tenha a informação suficiente para depois, então, escolher e decidir informadamente?

E Mais, se acham que não sou justo o que me poderá ajudar: ignorar a minha justiça fugindo dela ou levar-me a compreender a vossa?

[E o que começa como comentário acaba em post]

Bem haja a todos,

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