Haja Hoje para tanto Ontem [Paulo Leminski]

Tendo sido convidado para o meio do esgoto (apenas por me ter permitido o pecado de expelir um ou outro mal cheiroso comentário) sinto-me na obrigação de contribuir para esta descomunal diarreia intelectuo-emocional.

Desta forma começo por agradecer a oportunidade de ter onde me aliviar de tanta bosta que me passa continuamente na cachola: obrigado.
Obrigado pelo espaço para expressar a loucura deprimente sem sentido algo excepto para nós próprios e todos os que na nossa cabeça vivem [e na minha são muitos, já tentei contar mas eles não param quietos!] e nos coagem a determinados comportamentos que, aquando na privacidade da nossa cama e enquanto lá fora a chuva e o vento discutem por razões que desconheço, muitas vezes concluímos que não concordamos.

Por isso, haja Hoje para tanto Ontem.
Haja hoje lugar no referêncial espacio-temporal para o que Ontem não nos permitimos fazer ou não fizemos como queríamos.

Esta coisa dos Blogs é uma experiência interessante de fazer o que muitos sonhos constantemente: poder dizer, sem qualquer tipo de pudores, as maiores loucuras e barbaridades sem esperar consequências de maior. Ainda que a privacidade total não esteja assegurada, está, com certeza, assegurada a nossa integridade física e emocional no imediato, já que ninguém me pode bater pelo que estou a dizer [escrever] agora [inquieto olhar por cima do ombro esquerdo… e do direito…].

Muito se vê por esses Blogs fora, e a conclusão é interessante e muito coerente com um dizer cujo autor ignoro: “A diferença entre a genialidade e a estupidez é que a genialidade tem limites” [Anónimo, como já disse].

Ainda que as masturbações intelectuais, que por aqui poderão ter lugar, nunca culminem no orgasmo é certo e notório o alívio que proporciona e, apenas por isso, já é um sussexo [isto é apenas uma curiosidade literária para dar mais ênfase à metáfora anterior]. Como se lê em algumas latrinas: “quem pensa que sexo é bom é porque nunca cagou assim”.

Para primeira intervenção não quero abusar [até porque nem sei quais os poderes investidos nos moderadores e, portanto, posso estar em risco de ser expulso por ser demasiado extraordinário, no sentido de muito ordinário e não excepcional].
Como tal, proMinto ser um pouco mais sério nas próximas intervenções [caso o convite se mantenha mas, por outro lado, “quem dá e volta a tirar ao inferno vai parar” diz o povo e eu escrevo].

Um, ou dois [porque hoje é dia de festa], bem-haja a todos,